A hérnia discal lombar consiste em um deslocamento do conteúdo do disco intervertebral – o núcleo pulposo – através de sua membrana externa, o ânulo fibroso, geralmente em sua região póstero lateral. Dependendo do volume de material herniado, poderá haver compressão e irritação das raízes lombares e do saco dural, representadas clinicamente pela dor conhecida como ciática.

 

A hérnia discal ocorre principalmente entre a quarta e quinta décadas de vida (idade média de 37 anos), apesar de ser descrita em todas as faixas etárias. Estima-se que 2-3% da população vão desenvolver uma hérnia de disco sintomática na vida. Por ser tão comum, chega a ser considerada um problema de saúde mundial, em decorrência de incapacidade que causa.

O fator que desencadeia a dor ciática é a compressão mecânica da raiz nervosa pela hérnia discal. Em decorrência desta, há isquemia e fenômenos que sensibilizam a membrana à dor. O quadro clínico típico de uma hérnia discal inclui lombalgia inicial, que pode evoluir para lombociatalgia (em geral, após uma semana) e finalmente, persistir como ciática pura.

O que é importante enfatizar é que a história natural da ciática por hérnia de disco é de resolução acentuada dos sintomas em torno de quatro a seis semanas. Por essa razão é que o tratamento inicial deve ser sempre conservador, explicando ao paciente que o processo tem um curso favorável. Quando o quadro de dor não regride após 4-6 semanas, paciente apresenta perda de força no membro inferior ou perda de sensibilidade, a indicação de descompressão fica clara. Existem técnicas para realização dessa descompressão, a discectomia percutânea, microcirurgia aberta e a técnica endoscópica.

  Discectomia Percutânea

  Microdiscectomia Aberta

  Discectomia Endoscópica

O tratamento da hérnia de disco sempre deve passar pelo tratamento conservador, visto que a dor da hérnia é auto limitada, durando em média 4-6 semanas, pela resolução do processo inflamatório e involução do fragmento pela perda da irrigação sanguínea. O tratamento conservador não está indicado em situações de urgência como a cauda equina, fragmentos de grande volume apertando todas as raízes, pacientes com déficit importante, não conseguindo utilizar os músculos que a raiz inervar, o que demonstra sofrimento importante e necessidade de descompressão precoce.